Entendemos como justiça social a busca por um estado em que o acesso às riquezas sociais, culturais, econômicas e tecnológicas produzidas pela sociedade, bem como aos recursos naturais indispensáveis à vida não seja determinados pelas condições sociais e de nascimento de cada ser humano.
Ressaltamos ainda que, nesse estado, as relações pessoais e com o meio ambiente devem estar pautadas por respeito e liberdade, tais como os definimos em nosso Pirkei Peilim. Nesse sentido, encontramos referência na metáfora de uma época messiânica de justiça e paz, ilustrada na visão de nossos profetas.
As injustiças sociais não devem ser naturalizadas, e sim reconhecidas como consequências de um processo histórico, cultural, econômico e social. Resaltamos que o modelo atual em que vivemos tambem contribui para a continuidade desse processo. Tal processo culmina em injustiças sociais tanto relativas à má distribuição dos recursos citados anteriormente, como também questões identitárias relativas a gênero, sexualidade, etnia, religião e outras.
Devemos buscar nos mitos, história, costumes, leis e valores judaicos elementos que constituem também um projeto de reorganização da sociedade coerente com os valores chazitianos.
Portanto, é nosso dever lutar pela construção dessa sociedade coerente que almejamos. Para isso, é preciso tanto um trabalho de conscientização e desconstrução de paradigmas, visando um cambio na mentalidade de nossa civilização, como o estabelecimento de políticas e estruturas sociais que não reproduzam e vão contra essas injustiças. Estrutura e mentalidade estão relacionadas de forma complexa e constroem-se mutuamente.