Israel

A GUERRA DE IOM KIPUR (1973)


Em 1971, o presidente egípcio Anwar Sadat levantou a possibilidade de assinar um tratado com Israel, se todos os territórios ocupados na guerra de 1967 fossem devolvidos. Apesar disso, nenhum progresso nas negociações foi feito, então, no ano seguinte, Sadat declarou que a guerra era inevitável e que ele estava preparado para sacrificar um milhão de soldados numa guerra contra Israel. Sua ameaça não se materializou naquele ano.

        Durante 1972 e boa parte de 1973, Sadat ameaçou entrar em guerra a não ser que os Estados Unidos forçassem Israel a aceitar a interpretação egípcia da Resolução 242 da ONU – que dizia que territórios conquistados em guerras deviam ser devolvidos aos donos, porém não dizia nada a respeito de territórios ganhos ao defender-se de ataques - o que significava retirada total de todos os territórios ocupados em 1967.

        Ao mesmo tempo, o líder egípcio começou uma ofensiva diplomática com os países europeus e africanos, para ganhar suporte à sua causa. Ele pediu para os Soviéticos pressionarem os Estados Unidos e para conseguir armamentos mais pesados para cruzar o Canal do Suez. A União Soviética estava mais interessada em manter a aparência de trégua da guerra fria, do que no confronto no Oriente Médio, portanto rejeitou o pedido de Sadat. A resposta de Sadar foi expulsar aproximadamente 20 mil informantes soviéticos do Egito. Em uma entrevista em Abril de 1973, Sadat novamente ameaçou a entrar em guerra com Israel. Essa ameaça, porém era a mesma que tinha sido feita nos anos anteriores e quase todos foram céticos em relação a ela, achando que era mais uma ameaça vazia.

A Guerra Começa

        Em 6 de outubro de 1973 – data em que naquele ano caía Iom Kipur – o Egito e a Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel. O equivalente a força de todos os países da Europa estava mobilizada nas fronteiras de Israel. Nas Colinas do Golan, aproximadamente 180 tanques israelenses enfrentaram 1400 tanques sírios. No Canal de Suez menos de 500 soldados israelenses foram atacado por 80 mil egípcios.

        No mínimo nove estados árabes, incluindo quatro que não eram do Oriente Médio, se juntaram ativamente a ofensiva Egípcio-Síria.

        Alguns meses antes da guerra de Iom Kipur, o Iraque transferiu um esquadrão de helicópteros, uma  divisão iraquiana de 18 mil homens e algumas centenas de tanques para perto do Golan. A Arábia Saudita e o Kuwait deram grande suporte financeiro além de mandarem mais de 4 mil homens. Violando um acordo com os franceses a Líbia mandou recém-comprados caças Mirage e deu mais de 1 bilhão de dólares para o Egito durante dois anos, para comprar armas dos soviéticos e rearmar seu exército. Outros países norte-africanos, como a Algéria, a Tunísia, o Sudão e o Marrocos mandaram juntos quase dez mil homens. O Líbano incentivou terroristas palestinos à destruírem os assentamentos de civis israelenses no seu território. Os palestinos lutaram junto com Sírios e Egípcios no Sul de Israel.

        O participante menos entusiástico foi o Rei Hussein, que aparentemente não foi informado sobre os planos de guerra egípcios e sírios. Hussein mandou somente duas divisões, porém extremamente qualificadas e que tiveram um papel importante no ataque.

A recuperação de Israel

         Devido ao ataque surpresa Israel tomou uma postura defensiva durante os dois primeiros dias da guerra, mas rapidamente mobilizou suas reservas e conseguiu levar a guerra para dentro dos territórios da Síria e do Egito. Os árabes eram supridos pela União Soviética por mar e por terra, pois essa não havia aceitado a proposta americana de trabalhar por um cessar-fogo. Em resposta os EUA começaram a mandar unidades aéreas e a ajudar o exército israelense com armamento. Duas semanas depois, o Egito foi salvo de uma derrota desastrosa pelo Conselho de Segurança da ONU, que não conseguiu conter os árabes enquanto eles estavam em posição vantajosa.

         A União Soviética não mostrou nenhum interesse em iniciar propostas de paz enquanto parecia que os árabes iriam ganhar. O mesmo era verdade para o secretário-geral da ONU Kurt Waldheim (alemão, criminoso de guerra, na II Guerra Mundial).

         Em 22 de outubro o conselho de segurança baixou a resolução 338 que exigia um imediato cessar-fogo e também exigia o cumprimento da resolução 242. Essa resolução foi votada no momento em que as forças israelenses tinham cercado o terceiro batalhão egípcio e estavam em posição de destruí-lo.

         Apesar de Israel ter ganhado no campo de batalha, a guerra foi considerada sabiamente uma falha militar e diplomática. No total 2688 soldados foram mortos.

Para saber mais: http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/History/73_War.html