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O calendário Judaico


O calendário judaico é um calendário Lunissolar. Isso significa dizer que ele se baseia nos movimentos tanto da Terra em relação ao Sol quanto da Lua em relação a Terra. A Lua completa uma volta completa em torna da Terra em um tempo aproximado de 29,5305 888 531 ou  29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3 segundos (Cabe notar que esse é o tempo médio, havendo variações pequeníssimas de mês para mês).

A partir disso estabelece-se  o mês, com duração de 29 ou 30 dias no calendário judaico, 12 meses juntos formam um ano, com um total de 353, 354 ou 355 dias. Contudo, como algumas datas importantes no calendário estão relacionadas com as estações do ano, estabeleceu-se um ciclo que faz com que a cada 19 anos existam 7 anos com um mês extra, desse modo os meses se mantêm bastante fixos em suas estações e concilia-se assim as diferenças entre o movimentos aparentes do Sol e da Lua. Por exemplo, Pessach,  também chamada de Chag Aviv  (Festa da Primavera), precisa cair todos os anos na primavera do hemisfério Norte.

 Nesses ciclos, estabeleceu se que o anos 3, 6, 8, 11, 14, 17 e 19 de cada ciclo terão um mês extra. Uma forma fácil de calcular em que ano do ciclo se está é dividindo o ano por 19 e o resto da divisão será o respectivo ano do ciclo. O ano que estamos 5770 é o 13º do ciclo 304.(5770/19 = 303 com resto 13 – assim houve 303 e ciclos completos). 

A contagem dos anos judaicos começa no dia da criação do homem. Segundo a Torá, Deus criou o mundo em 7 dias, sendo que no sexto dia ele criou o homem. Ao longo do texto da Torá, conta-se a história de algumas pessoas deixando claro com que idade nasceram os seus filhos. Somando-se assim as idades de cada nascimento até uma data já conhecida se determinou a idade do mundo. Em outubro de 2009  se entrou no ano de 5770. 

Por exemplo, Adão foi o primeiro homem, com 130 anos ele teve um filho chamado Seth, este por sua vez teve um filho com 105 anos a que chamou Enos, que com  90 anos gerou Cainã, que com 70 anos gerou Maalalel.

Outra peculiaridade do calendário judaico está relacionada com o dia. O começo de um dia é marcado pelo nascer da primeira estrela. Assim, o dia começa com o nascer da primeira estrela e termina com o pôr do Sol seguinte.  A semana tem também sete dias e os dias são assim nomeados: Iom rishon (primeiro dia, vai de sábado de noite até o fim da tarde de domingo), Iom Sheni (segundo dia, de domingo de noite até segunda fim de tarde), Iom Shlishi (terceiro dia, de segunda noite a terça fim de tarde), Iom Revii (quarto dia, segue a mesma lógica), Iom Chamishi (Quinto dia), Iom Shishi (Sexto dia) e Iom Shabat (Dia do cessamento*1 – pois foi neste dia que Deus não criou nada). 

Esta é a forma atual do calendário judaico. Porém ele nem sempre foi assim, tendo sofrido mudanças ao longo do tempo.  Um exemplo disso são os ciclo de anos com um mês a mais, até mais ou menos 350 e.c não se usava o sistema atual de intercalações. Nessa mesma época o tempo médio de uma lunação já era conhecido com um erro menor que meio segundo a cada lunação.  

Outra diferença tem a ver com a definição do novo mês. Até o quarto século da era comum o mês novo só era decretado quando duas testemunhas avisavam ao tribunal que haviam visto a Lua Nova (mas um mês nunca poderia passar da duração máxima de 30 dias). Isso gerou uma situação bastante peculiar: o novo mês era definido em Jerusalém e precisava-se avisar os judeus dos mais diversos lugares que um novo mês havia começado. Porém, não era possível enviar mensageiros a todos os lugares que os judeus habitavam, assim se instituiu que os judeus de todos os lugares fora de Israel devem realizar 2 vezes as celebrações, uma imaginando que o mês anterior teve 29 dias e outra no dia seguinte imaginando que o mês anterior teve 30 dias.

 

Curiosidades:

 

Em Israel o dia de descanso é o sábado (Shabat). No domingo tudo funciona normalente. É bastante comum a sexta-feira também ser livre, em especial no período da tarde.