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HAAPALÁ (A IMIGRAÇÃO "ILEGAL") - ALIÁ BET (1934-1948)


Haapalá significa imigração clandestina de judeus a Eretz Israel. Este tipo de imigração iniciou-se sob o domínio otomano (turco). A partir de 1882 os turcos não permitiam, com raras exceções, que judeus da Europa Oriental viessem viver em Eretz Israel. Sob o domínio britânico (1918 - 1948), as quotas de imigração fixadas pela Administração Britânica (1916-18) e posteriormente pela administração do Mandato Britânico sobre a Palestina não eram suficientes para atender à pressão do número de pioneiros que desejavam estabelecer-se no país e dos judeus que fugiam às perseguições.

    A subida de Hitler ao poder aumentou a pressão da aliá. Em 1934 foi feita a primeira tentativa organizada de imigração clandestina por via marítima. O movimento Hechalutz alugou o navio grego "Vellos" e, com a ajuda de membros da Haganá, trouxe 350 imigrantes "ilegais" - maapilim. Nos anos 1937-39, grupos revisionista e do Betar fretaram vários navios, que transportaram alguns milhares de imigrantes.

    Em 1938 foi criada pela Haganá a "Organização para a Imigração Ilegal" - o Mossad, sob a chefia de Shaul Avigur. Durante a 2ª Guerra Mundial a imigração ilegal quase cessou. A marinha britânica vigiava constantemente, à procura de barcos de refugiados que procuravam atingir as costas da Palestina. Alguns dos barcos foram atacados quando se aproximavam da costa; alguns regressaram; 3 naufragaram. Contudo, 21 embarcações conseguiram completar a viagem, trazendo cerca de 15.000 refugiados.

    Durante os anos da guerra, o Mossad organizou imigração clandestina por via terrestre, principalmente de judeus do Oriente Médio. Após a guerra, reiniciaram-se as operações marítimas em grande escala, sendo a maioria dos imigrantes refugiados-sobreviventes do Holocausto, que haviam conseguido escapar graças à operação brichá de salvamento, tendo atingido as costas da Itália, França, Romênia, Iugoslávia e Grécia. Entre 1945 e 1948, 65 embarcações com imigrantes "ilegais" partiram com destino à Palestina. A maioria foi interceptada pelos ingleses, sendo os passageiros colocados no campo de detenção em Atlit. A partir de agosto de 1946, os ingleses passaram a deportar os imigrantes a campos de detenção em Chipre. A luta pelo direito de livre imigração atingiu o clímax no verão de 1947, com a viagem do Êxodus.

    Entre 1934 e 1948, cerca de 115.000 maapilim entraram no país, desafiando as restrições britânicas; outros 51.000 foram internados pelas autoridades britânicas em Chipre, e só puderam entrar no país após a independência