Biografias

BER BOROCHOV


    


    Nascido na Ucrânia, Ber Borochov foi educado em uma Escola Superior Russa. Um bom aluno, ele foi atraido pela tendência socialista revolucionária da época. Como a maioria dos judeus graduados no ensino superior, lhe foi negada a chance de estudar em uma Universidade Russa. Ele se auto-educou e aprendeu a falar diversos idiomas.

    Em 1901, seu interesse nos problemas judaicos fizeram-o estabelecer a União dos Trabalhadores Sionistas-Socialistas. Ativa na auto-defesa judaica, a organização sofria oposição pelos Sociais-Democratas Russos e por alguns líderes sionistas, que desaprovavam a combinação de Sionismo com Socialismo.

    Durante controvérsias sobre a possilidade de colonização judaica em Uganda, Borochov juntou-se com Menahem Ussishkin e, oposição a qualquer outra território que não Eretz Yisrael. No Sétimo Congresso Sionista (1905), Borochov liderou a facção dos delegados do Poalei Zion (Trabalhadores de Sião), que opôs-se a Proposta de Uganda. No Oitavo Congresso, dois anos depois, ele foi peça-chave na retirada do Poalei Zion Russo da Organização Sionista. Desde aí até o começo da Primeira Guerra Mundial, ele publicou os objetivos da União Mundial dos Trabalhadores de Sião na Europa Central e Oriental.

    Em 1914, Ber Borochov chegou aos Estados Unidos, onde ele foi o porta-voz do Poalei Zion Americano e dos movimentos do Congresso Judaico Mundial e Americano. Quando a Revolução Russa começou, ele retornou a Russia e ajudou a formular as demandas do povo judeu para a ordem no pós-guerra. Ele foi intensamente envolvido nas atividades públicas que levaram a Revolução de Outubro. Em Agosto de 1917, ele endereçou à Conferência dos Poalei Zion Russos e conclamou-os para a colonização socialista em Eretz Yisrael.

    Borochov estava em uma série de discursos entre os Poalei Zion quando contraiu pneumonia e morreu em Kiev. Em 1963, seus restos mortais foram reenterrados no cemitério do Kibutz Kineret, junto a outros fundadores do Sionismo-Socialista.

REALIZAÇÕES

    Um estudante da história do povo, estrutura econômica, lingual e cultura, Borochov – que foi amplamente auto-educado – foi um brilhante analista cuja contribuição para a teoria principal foi a síntese das estruturas de classes e o nacionalismo, em um tempo em que a teoria marxista rejeitava todo nacionalismo – e particulamente o nacionalismo judeu. Ele visualizou a imigração massiva dos judeus como expressão inevitável dentro do movimento interno do proletariado judeu para resolver os problemas criados pela vivencia na Diáspora. Ele argumentou que somente os esforços pioneiros em Eretz Yisrael poderiam prevenir a continuação da Diáposra.

    Seu ponto de vista era universal em um tempo onde outros eram dogmaticos e paroquiais. Ele soube como determinar as raízes escondidas do problema judeu, o qual, ele disse, vinha do fato do povo judeu estar divorciado de sua terra natal. Sua análise astute dos efeitos da Diáspora no povo judeu incluia causas da assimilação, dividindo os judeus e, ultimamente, intensivando a tensão entre Judeus e não-Judeus.

    Enquanto ocorriam casos de anti-Semitismo, Borochov não viu o anti-Semitismo como uma das bases ou motivações para o Sionismo. Em lugar disso, ele via a Diáspora como uma aberração na qual a inferioridade econômica e política judaica não tinham salvação. Ele considerava a “auto-emancipação” ou auto-liberação como a única forma de resolver o problema judeu. Especificadamente, seguindo o caminho do socialismo internacional, judeus encontrariam seu rumo fora da Diáspora.

    Para Borochov, Sionista e Socialismo estavão inter-relacionados. Ele argumentava que eles serviam aos mesmos propósitos: fazer com que a vida judaica fosse produtiva novamente. O primeiro passo foi a autorização para imigração judaica em um “novo território” em Eretz Yisrael. Ele considerava o trabalhador judeu como o pioneiro do futuro judeu.

    Ele começou a escrever em 1902 no auge dos debates sobre Uganda. Seu trabalho político concentrava tópicos desde o papel do Movimento Trabalhista Judeu até as implicâncias sociais da emigração judaica massiva. Ele também contribuiu com a Enciclopédia Judaica Russa e compilou a bibliográfica dos 400 Anos de Pesquisa Idisshe.