Biografias

AMEDEO MODIGLIANI (1884-1920)


     

       Amedeo Modigliani, pintor e escultor, nasceu em 2 de julho de 1884, em Livorno, na Itália. Modigliani veio de uma rica família de Judeus Sefaradís, mas, quando a carreira de banqueiro de seu pai foi arruinada, ele foi forçado a trabalhar como comerciante de carvão e madeira. Amedeo perdeu seu pai quando era um pequeno garoto.

        A saúde de Modigliani era muito delicada, porque ele tinha pulmões muito fracos, que herdou de sua família. Ele teve pneumonia várias vezes durante e seu crescimento e foi sempre cuidado por suas irmãs e sua mãe. Desenvolveu tuberculose e lutou contra esta doença pelo resto de sua vida. Sua mãe foi a primeira a notar e encorajar seu talento e o enviou para estudar nas academias de artes em Florença e Veneza. Finalmente, em 1902, quando tinha 17 anos, foi definitivamente para Veneza, para iniciar seus estudos de artes.

        Cinco anos mais tarde, em 1907, chegou a Paris, pronto para a fama e fortuna, mas após algumas semanas estava sem um centavo e teve que se mudar de um hotel para outro muitas vezes. Ele estava, no entanto, ficando popular, conhecendo todos os escritores e artistas famosos da época (Picasso era um deles). Modigliani era muito bonito, cativante e considerado excêntrico por seus amigos. Ele fazia coisas ousadas em Paris, como dançar a luz da lua com uma prostituta famosa e ser preso várias vezes por estar bêbado. Modigliani era muito bem sucedido com as mulheres, que o achavam irresistível e sempre conseguia achar modelos femininas para pintar. Modigliani estava envolvido em um caso amoroso após outro e foi completamente engolido pelo lado negro da boemia parisiense.

        Em 1909, Modigliani encontrou-se em uma situação difícil. Ele precisa de dinheiro e vivia mudando de estúdios pequenos para outros, para escapar de proprietários furiosos. Certa feita, carregou seus pertences pelas ruas num carrinho de mão. Ele não se cuidava e estava sempre pegando infecções. Finalmente, no verão, voltou à Itália, para recuperar-se e recobrar as forças. Retornando a Paris, em 1913, sua saúde piorou: seus pulmões estavam lhe dando muitos problemas e cada vez que ele ficava doente, tinha que ir pra casa se recuperar. Estava sempre bebendo e tomando drogas e era totalmente miserável. Estava desperdiçando seu talento assim como desperdiçava seu dinheiro. Ele nunca conseguia dinheiro suficiente para viver e costumava vender seus desenhos por alguns goles de álcool.

        Amedeo fez amizade com o escultor Brancusi, que o introduziu na escultura africana. Ele ficou fascinado com a simplicidade das máscaras e das artes africanas e manteve isto em sua mente quando pintou seus retratos. Modigliani nunca realmente pegou o jeito da escultura e deixo muitas peças inacabadas, mas a partir deste momento suas pinturas foram influenciadas pelo que aprendeu através da escultura.

        Na casa de Zborowski, amigo e poeta polonês, Modigliani conheceu sua amada, Jeanne Hebuterne, que também era uma artista jovem e talentosa. Amedeo e Jeanne se apaixonaram ao luar, se casaram e, logo depois, tiveram um filho.

        Com o encorajamento de Zborowski, Modigliani concordou em abrir uma mostra de arte em 3 de outubro de 1917. Esta era sua primeira vez e ele não sabia o que esperar. Juntou 32 pinturas e desenhos, mas não vendeu quase nada, exceto alguns desenhos. Sua mostra foi fechada por indecência no mesmo dia em que abriu. Em desesperada situação financeira e muito doente, foi passar o verão em Nice, às custas de Zborowski.

        Em 1918, Jeanne deu à luz uma filha. Amedeo ficou muito feliz, mas logo teve que recomeçar a mover sua família de hotel em hotel. Amedeo ficava muito envergonhado de não poder sustentar os gastos de sua família. Jeanne deixou a filha com uma babá para poder pintar novamente, usando seu marido como modelo.

        Modigliani enfraquecia cada vez mais, mas continuava pintando as pessoas a sua volta. Ele era um pintor notável. Muitas vezes escolhia crianças doentes para pintar, sentindo uma conexão com a criança e a doença. Ele amava as pessoas humildes, o que expressava em seus desenhos e em sua escolha de modelos. Amedeo era freqüentemente visto em terraços, desenhando retratos e depois os oferecendo aos retratados, esperando receber um drinque em troca.

        Em janeiro, seus amigos o encontraram estirado no seu estúdio, próximo a sua esposa confusa. Eles o levaram a um hospital, onde Modigliani morreu de meningite tubercular, combinada com os efeitos de álcool e drogas demais. Amedeo morreu em 25 de janeiro de 1920, aos 36 anos. No dia seguinte, sua esposa, histérica, se jogou da janela da casa de seus pais. Jeanne carregava no ventre um feto de 9 meses, que viria a ser o terceiro filho do casal. Jeanne e a criança morreram instantaneamente.

        Modigliani era um artista cujas pinturas são dominadas por seu senso de desenho linear. Ele usava a linha exclusivamente para sugerir corpo e forma, com habilidade e sensitividade. Ele usava distorção como um modo de ressaltar características das pessoas que retratava e, talvez, suas personalidades. Modigliani desenvolveu seu estilo único, rodeado de artistas experimentando novas formas de expressão – impressionismo, surrealismo, cubismo.... Muitas de suas pessoas têm cabeças inclinadas e pescoços de cisne e ombros curvados. O efeito é suave, mas se sente que as pessoas na pinturas estão quase solitárias, num sentido onírico. Os rostos de Modigliani são singulares: narizes longos, olhos vazios em forma de amêndoa e lábios pequenos. Algumas pessoas acham que Amedeo Modigliani pintou e brincou com a doença na humanidade, enquanto outros acham que ele descobriu uma nova forma de beleza.

Para ver algumas obras de Modigliani, acesse http://www.allposters.com/gallery.asp?aid=0&c=&search=MODIGLIANI.