Biografias

CHAIM NACHMAN BIALIK (1873-1934)


      

          Chaim Nachman Bialik nasceu em Radi, Volínia, na Rússia, em uma família judaica tradicional. Bialik estudou em uma Yeshiva e, aos 17 anos, foi enviado para a grande academia talmúdica de Volozhin, Lituânia, aonde foi atraído para o movimento do Esclarecimento e juntou-se ao grupo “Hovevei Tzion” (Amantes de Sião). Bialik gradualmente afastou-se da vida da yeshiva a partir de então. Seu poema, HaMatmid (O estudante do Talmud), escrito em 1898, reflete sua ambigüidade em relação a este modo de vida.

            Aos 18, Bialik partiu para Odessa, onde tornou-se ativo nos círculos literários judaicos e onde conheceu Achad Ha’Am, que tinha grande influência em sua visão sionista. Foi nesta época que seu primeiro poema foi publicado, El HaTzipor (Ao Pássaro) que refletia seus sentimentos em relação a Sião e a Rússia, temas que apareceriam freqüentemente em sua obra, neste período.

            Bialik não era ainda escritor e poeta em tempo integral. Por algum tempo foi guarda-livros no negócio de seu padrasto, mais tarde ensinou, publicou e traduziu e, por seis anos, foi editor literário do semanário Hashiloah, em Odessa. Ele tinha esperanças de atingir sucesso nos negócios, mas após quatro anos no comércio de madeira, decidiu ganhar dinheiro ensinando. Em 1901, sua primeira coleção de poesia apareceu e foi muito apreciada. Durante os três anos seguintes, Chaim escreveu um número considerável de obras. Comentaristas dizem que este foi seu período áureo. Apesar de seus escritos futuros serem mais universais, “Na Cidade da Matança”, escrito em resposta ao pogrom de Kishinev, foi uma poderosa proclamação do estado de angústia em relação à situação dos judeus.

        Chaim Nachman mudou-se para Berlim em 1921, onde fundou a editora Dvir. Ele mudou a companhia para Tel Aviv em 1924 e devotou-se a atividades culturais e problemas públicos. Bialik foi imediatamente reconhecido como uma figura literária aclamada. Em 1927, ele tornou-se chefe da União de Escritores de Hebraico, que havia sido estabelecida seis anos antes, mantendo a posição até sua morte. A poesia e a prosa de Bialik foram amplamente traduzidas. Seus poemas ainda são lidos na Israel de hoje e vários foram musicados. Em vida foi chamado de “poeta nacional”, um título que permanece até os dias de hoje.

        A obra de Chaim Nachman Bialik abarca muitos gêneros e modos de expressão. Sua poesia nacional lamenta a degeneração da nação judaica no exílio e tenta estimular forças latentes a criarem um novo destino. Expressando muitas emoções, seu verso pessoal reflete os conflitos do homem moderno. Sua poesia natural é rica em imagens e seus poemas de amor contemplam tanto o carinho romântico quanto a paixão violenta. As estórias de Bialik lidam realisticamente com temas advindos de eventos contemporâneos e suas lendas demonstram imaginação fértil e senso de humor. Em sua carreira, descrita como “um divisor de águas na literatura hebraica moderna”, respondeu ao choro silencioso de um povo que necessitava de articulação em uma nova era.

        Chaim Nachman Bialik morreu em 4 de julho de 1934, após uma cirurgia. Foi enterrado em Tel Aviv e teve sua obra traduzida para aproximadamente trinta línguas.